domingo, 16 de setembro de 2007

Dinheiro público 'faliu' imprensa de Mato Grosso, afirma presidenta do Sindjor

A jornalista Keka Werneck, 36, empossada dia 12 deste mês como presidenta do Sindjor (Sindicato dos Jornalistas de Mato Grosso), disse que a imprensa mato-grossense faliu por tanta dependência do dinheiro público. A expressão de Keka não possui direta ligação financeira e sim que negócios com políticos subordinam a notícia.
“Vereadores, deputados estaduais, federais, prefeitos, governadores, toda a máquina pública libera dinheiro aos meios de comunicação. Isso é uma falência”, acredita.
“Quando um jornal noticia, quando ele é a veia da cidade, quando ele é a história política, ele vende, vende, e empolga, toca o leitor”, é o que pensa a nova comandante do sindicato dos jornalistas.
Para ela, as empresas de comunicação estariam agindo mais para a comunidade caso deixassem de lado a dependência do poder público.
Keka, formada pela universidade de Juiz de Fora, Minas Gerais, mãe da garotinha Helena, de seis anos, afirma que resolvera assumir o Sindjor, por acreditar em forças coletivas.
Trabalhando como repórter numa ocupação de casas em Cuiabá, a nova presidenta do Sindijor sensibilizou-se com a causa e acabou juntando-se a uma associação de famílias que acredita que “a união faz a força”.
Ela diz que o Sindjor vai debater a partir de agora um assunto polêmico e que vai mexer com forças políticas do Estado. Keka e os novos diretores do sindicato querem saber se há ilegalidade no fato de as de empresas de comunicação aceitarem políticos como apresentadores de televisão. Ao menos cinco deputados estaduais apresentam programas hoje, quase todos do gênero policialesco.
Um outro desafio da presidenta: entender por que um jornalista em Mato Grosso recebia no início da década de 90 o equivalente a dez salários mínimos e hoje o piso da categoria atinge em torno de apenas três mínimos.