A pré-campanha em Tangará da Serra (a 240 km ao Médio-Norte da Capital) apresenta um cenário curioso. O prefeito Júlio César Ladeia (PR), mesmo com todo desgaste político, começa a ser apontado como favorito no pleito de 5 de outubro. Acontece que os adversários o temem literalmente e admitem até recuo. Eles afirmam nos bastidores que Ladeia, que antes de virar prefeito apresentava um programa sensacionalista na TV com direito à batida de chicote na mesa, é daqueles que partem para o confronto e suas atitudes lembram Maquiável.
Ladeia entra num jogo de expôr adversários, com denúncias e dossiês, o que acaba criando um ambiente tenso e de animosidade. Diante disso, o ex-deputado Saturnino Masson (PSDB), assume pré-candidatura, mas timidamente, sem alarde. Não demonstra muito interesse em enfrentar o prefeito.
O ex-adversário de Ladeia e hoje aliado, deputado Wagner Ramos (PR), resolveu tirar o time de campo. Também não quer enfrentá-lo nas prévias. Pelo visto, só vai restar para encarar o atual prefeito o seu antecessor Jaime Muraro (DEM).
Até 2004, Júlio Ladeia apresentava um programa de TV com forte apelo popular. Ele "batia duro" na classe política, nos corruptos e bandidos. Ganhou projeção, principalmente explorando a situação dramática porque vivia o então prefeito da época, Jairo Muraro (então PFL e hoje DEM), que acabou tendo o mandato cassado.
Para evitar críticas públicas, Ladeia mantém espécie de controle da informação de quase todos os meios de comunicação locais. De olho na reeleição, ele destinou no orçamento deste ano R$ 1,5 milhão para publicidade. Também autorizou remanejamento de 0,8% do orçamento de cada secretaria para "engordar" a Secom. Com isso, terá nada menos que R$ 3 milhões para gastar com informes publicitários neste ano eleitoral. Com estrutura e "no grito", Ladeia acha que reconquista o mandato. Resta saber se o eleitor vai respaldá-lo ou dar o troco nas urnas.
fonte: RDNews
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