quinta-feira, 25 de outubro de 2007

75% das doenças começam na "cabeça", diz psicóloga

Setenta e cinco por cento das doenças físicas como alergia, enxaqueca, problemas de estômago e fadiga crônica são de fundo emocional. O alerta foi feito pela psicóloga Ireniza Canavarros, ao ministrar palestra no encontro com coordenadores de Centros de Atenção Psicossocial (Caps) de 37 municípios de Mato Grosso, sobre as doenças emocionais que interferem no trabalho.
A psicóloga esclarece que a atividade profissional pode ser uma fonte de prazer quando o profissional está satisfeito com o que faz. Caso contrário, a saúde pode ser seriamente afetada, a começar pelo psiquismo e se não consegue melhorar, projeta os problemas para o corpo. "Se a pessoa gosta do que faz, o trabalho pode ser um oásis, ainda que tenha problemas em casa, mas se está numa empresa que só vê resultados e cobra relatório, o estresse será muito maior", diz.
Ainda segundo Ireniza, os trabalhadores submetidos a ambientes altamente competitivos oscilam entre a ansiedade e a depressão e ao longo do tempo passam a conviver com uma angústia mórbida. A forma como o trabalhador se entrega de corpo e alma à empresa como divulgou esta semana a consultora americana Towers Perrin, pode ser um fator a mais que o exponha a doenças emocionais adquiridas no trabalho. O levantamento aponta que 37% dos empregados brasileiros são 100% comprometidos.
Na avaliação do psiquiatra Zanizor Rodrigues, os professores, seguranças e profissionais da área de saúde são os mais expostos a problemas de ordem emocional. "Nenhum deles consegue trabalhar mais de 20 anos. Todas elas são altamente insalubres", analisa. Além das depressões e somatizações listadas por Ireniza Canavarros, Zanizor acrescenta ainda a síndrome do pânico, as fobias e sintomas obsessivos.
Nos últimos meses, cresceu o número de pessoas que passou a frequentar os Caps após afastamento do trabalho por terem a saúde mental comprometida. Na unidade 2 de Várzea Grande, por exemplo, a assistente social Soraya Mister Simon, 43, que trabalha arte-terapia e outras atividades ocupacionais acredita que o aumento desse perfil aumentou pelo menos 40%.

fonte: Josi Costa - Gazeta Digital