sábado, 13 de outubro de 2007

Nova técnica reduz riscos em cirurgias de aneurisma

Cuiabá foi local de uma cirurgia de aneurisma cerebral em tempo real, transmitida para uma platéia de pelo menos 120 médicos de todo país, na manhã de ontem, durante o 18ª Encontro de Neurocirurgiões do Brasil, que começou na sexta-feira (12) e termina hoje, no Hotel Sesc Pantanal, situado entre os municípios de Barão de Melgaço e Poconé. A grande novidade é a inclusão de técnicas inovadoras para garantir maior segurança ao procedimento que pretende salvar pacientes suscetíveis a ter acidente vascular cerebral (AVC), popularmente conhecido como "derrame", que é a segunda causa de mortes no mundo.
O presidente da comissão organizadora do evento, o neurocirurgião Jony Soares dos Santos, explica que esse tipo de intervenção surgiu na década de 80, em Mato Grosso. Os pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) têm acesso há menos de quatro anos. Mas essa é a segunda vez, em 18 anos, que Mato Grosso recebe equipes de profissionais renomados para mostrar as inovações tecnológicas da área que permitam o tratamento endovascular do aneurisma cerebral. "Todas essas novidades diminuem o tempo de internação, a mortalidade e minimizam as complicações".
Na técnica convencional, para operar um aneurisma é necessário abrir a cabeça do paciente e fazer uma craniotomia, ou seja, corte dos ossos cranianos.
Hoje nos melhores centros do mundo, a patologia já pode ser tratada pelo interior das artérias. Um cateter é introduzido no interior das principais artérias da perna que navega pela circulação passando pela artéria aorta, as artérias do pescoço que chega até os vasos do cérebro, onde é feito o isolamento da área fragilizada, o que impedirá futuras rupturas ou hemorragias.
Jony explica que antes o tempo de cirurgia era imprevisível. Após a intervenção, a maioria dos pacientes é monitorizada em unidade de terapia intensiva por 24 horas a 48 horas e o tempo médio de internação varia de 5 a 7 dias.
"Com a nova técnica, a pessoa não passa mais que dois dias no hospital e já leva uma vida normal mais rapidamente".