domingo, 21 de outubro de 2007

Depressão é caso de saúde pública


Rose Domingues
Da Redação


A depressão já é reconhecida como um problema de saúde pública. Estima-se que cerca de 30% da população mundial sofra da doença, que pode levar à agressividade exagerada, auto-mutilação e até ao suicídio. Na Capital mato-grossense, a rede de atendimento ainda se estrutura para enfrentar um número de pacientes cada vez maior, mas ainda há muitas barreiras para obtenção inclusive do diagnóstico. O primeiro deles é a falta de acesso. Mesmo com uma média de dois psicólogos nas cinco policlínicas, o que totalizaria 10 profissionais, o trajeto até se chegar ao atendimento é longo e requer paciência.
Não basta marcar. A maioria das instituições exige um encaminhamento de um médico, pode ser clínico geral ou pediatra, no caso de crianças. Na unidade do Planalto, por exemplo, a informação ao usuário é que o próximo agendamento será feito no dia 29 de outubro, é preciso chegar às 6 horas, pegar uma senha e aguardar, mas isso não é garantia de obtenção de vaga. Já no Coxipó, é preciso fazer uma inscrição e esperar ser chamado. As vagas dependem da alta ou desistência de outros pacientes. No CPA, a instituição conta com apenas um profissional.
Caso seja comprovada a doença, é necessário o acompanhamento também de um psiquiatra, que irá fazer intervenção com medicamentos. A psicóloga Rosilene Ferreira, que atende na policlínica do Planalto, explica que num primeiro momento é necessário tirar a pessoa da "crise", para que ela possa voltar a se alimentar, tomar banho e viver normalmente. Mas só remédio também não resolve, por isso uma terapêutica é complementar a outra.
Quimicamente, a doença é causada por um defeito nos neurotransmissores responsáveis pela produção de hormônios como a serotonina e endorfina, que nos dão a sensação de conforto, prazer e bem-estar. Quando há algum problema nesses neurotransmissores, a pessoa começa a apresentar sintomas como desânimo, tristeza, autoflagelação, perda do interesse sexual, falta de energia para atividades simples.
Outras opções - Na rede particular, as intervenções também podem levar tempo, pois são poucos psiquiatras no Estado e as filas nos consultórios às vezes chegam a 30 dias de espera. O custo médio do atendimento não é inferior a R$ 150.


fonte: Gazeta Digital