domingo, 7 de outubro de 2007

Repensando o papel dos agentes municipais de segurança


A segurança pública é hoje uma das principais preocupações de todo cidadão brasileiro, e não apenas dos moradores de grandes cidades.


Sabedores de que grandes riquezas se encontram em pequenas cidades, muitas das quais não dispõem de vigoroso aparato policial humano ou logístico, muitos dos "foras-da-lei" urbanos buscam a realização de seus delitos nas cidades do interior.


A substituição do modelo agrícola pelo industrial nas cidades do interior transforma em lenda a frase de que "no campo não se morre de fome". Acompanhado desta troca de modelo econômico, se avolumam os problemas sociais, que se abatem inclusive sobre as famílias de tradição agropecuária, e que lançam estes cidadãos também nas fileiras da fragilidade social e por vezes da necessidade da desonestidade pela sobrevivência.


Isso sem mencionar o envolvimento cada vez maior dos filhos das classes média e alta com o uso recreativo das drogas e álcool, este último fator ligado à profunda crise ético-moral por meio da qual a sociedade se debate na atualidade. Este aspecto acaba por favorecer o financiamento das grandes estruturas do crime organizado no Brasil, desta feita, com recursos dos próprios orçamentos domésticos (pelo menos até o momento quando não há mais o que se vender em casa, a partir de quado o "playboy" acaba em situação idêntica à do jovem socialmente desfavorecido, o qual trafica e rouba para sustentar seu vício).


Longe de caracterizar um problema meramente policial, os fundamentos deste estado de insegurança têm origem na crise existencial da família brasileira, em aspectos sociais da nossa economia e na decadência de instituições como a religião, a escola e os governos.


É chegada a hora de debater com seriedade as questões de segurança em nosso município, e esse momento é bastante oportuno, considerando a força-tarefa organizada pela sociedade nos últimos dias, com o estabelecimento de novas regras para o trânsito de menores nas ruas de nossa cidade a partir das 23:00h.


Um grupo fundamental na execução destas ações é formado pelos agentes municipais de segurança, sejam os "guardas" do bosque e da Unidade Mista de Saúde, sejam os compontentes da Guarda Municipal.


Sem poder de polícia, muitos deles sem treinamento adequado, sem aparato nem mesmo para garantir a própria segurança, e alguns já em idade de se aposentar, estes profissionais atuam com auto-estima reduzida e sem atribuições claras. Este é o retrato dos guardiões da segurança nas repartições e vias públicas do município.


É preciso um repensar urgente sobre seus papeis, seus instrumentos de trabalho e seu treinamento, para que se garanta a nós e a eles próprios, o valor social pelo qual eles trabalham: a segurança.