quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Até onde deve ir a tolerância com as comunidades indígenas: sequestro, violação de leis ambientais, dano ao patrimônio público, ameaças de homicídio

Os índios Umutina estão exigindo o pagamento de R$ 80 mil em dinheiro para liberar o delegado Márcio Moreno Veras e mais dois dois policiais militares, Carlos Francisco e o cabo José Teixeira Sobrinho, que estão sendo mantidos como reféns na aldeia dentro da reserva localizada no município de Barra do Bugres, a 168 quilômetros de Cuiabá. Os três estão sob o poder dos índios desde segunda-feira à tarde. Negociadores da Fundação Nacional do Índio (Funai) fizeram uma proposta para pagar R$ 40 mil, mas os índios recusaram.


Familiares do delegado refém quiseram se comprometer a entregar os outros R$ 40 mil que faltavam para atender a exigência dos indígenas, mas foram desaconselhados pelos negociadores. O dinheiro, segundo fontes, seria para compensar as perdas que o grupo indígena estaria sofrendo com a proibição de venda de pescado – cuja atividade está proibida nos rios de Mato Grosso por portaria governamental relativa ao período de defeso, a chamada Piracema.

Segundo informações do relatório enviado pela Polícia Civil, policiais de Barra do Bugres estavam há dias fazendo um levantamento sobre o comércio ilegal de pesca, que estava ocorrendo na aldeia. Diante dos fatos, o delegado e os policiais, se deslocaram até a rodovia MT 358, para buscar um PM, que estava trabalhando no levantamento. Porém ao chegarem no local, encontraram uma equipe de PMs que já estavam retornando para Barra do Bugres. Em um determinado momento, quando estavam próximos ao trevo que dá acesso à Porto Estrela, a equipe encontrou uma viatura da PM que estava parada.

Logo em seguida, uma motocicleta que trafegava em alta velocidade passou por eles, sendo necessário que os policiais fizessem a abordagem dos mesmos, onde constatou-se que estavam transportando pescado irregular. Cumprindo o seu trabalho, a polícia deu voz de prisão aos acusados, e quando se preparavam para seguir até a delegacia, um veículo Belina que vinha em alta velocidade parou bruscamente próximo aos policiais. Neste momento desceram do veículo aproximadamente dez índios armados com arcos e flechas, lanças e pedaços de pau, partindo para cima dos policiais.

Os índios também provocaram danos às viaturas. Porém o delegado conseguiu fugir juntamente com um investigador e um PM para um matagal. Passado algum tempo, há cerca de dois quilômetros do local do fato, eles encontraram uma outra viatura ao qual levou-os sentido à Porto Estrela. Mas momentos depois, a perseguição continuou, onde os índios novamente atacaram os policiais e o delegado fazendo-os de reféns, encaminhado os mesmos para a aldeia.

fonte: 24HorasNews

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