sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Saúde alerta sobre ocorrências de leishmaniose visceral em MT

Até o final de novembro de 2007 a Secretaria de Estado de Saúde (SES) recebeu confirmação para 19 casos de Leishmaniose Visceral no Estado de Mato Grosso. Desse total 06 casos foram localizados no município de Rondonópolis e os outros 04 em municípios próximos. Dos 19 casos registrados em todo o Estado 16 foram tratados e evoluíram para a cura. Três casos resultaram em óbito, um em Rondonópolis e dois em Cuiabá.

A leishmaniose visceral é uma doença de transmissão silvestre, pelo inseto Flebotomíneo, com característica de ambientes rurais, mas que, ultimamente, está evoluindo para invadir áreas urbanas e Peri-urbanas. Segundo a médica- veterinária Silene Manrique Rocha, técnica da Vigilância Ambiental da SES, levantamentos entomológicos realizados entre 1996 e 2005 encontraram, em Mato Grosso, as espécies de Flebótomos, dentre elas as Lutzomyia longipalpis e lutzomyia cruzi, ambas sendo identificadas como as principais transmissoras da doença.

A população, em geral, conhece o inseto pelos nomes de Mosquito Palha, Cangalhinha, Asa Branca e Tatuquira, dentre outros. O animal tem preferência por viver em matas e locais com pouca luz, úmidos e que tenham matéria orgânica (fezes de animais, folhas em decomposição, lixo acumulado, etc.).

Após a picada pelo inseto a doença tem um período de incubação de dois a três meses para se manifestar, mas os sintomas podem aparece entre 15 dias a mais de um ano. Alguns deles são: febre irregular por longos períodos, anemia, palidez, emagrecimento, fraqueza, problemas respiratórios, tosse seca, diarréia e, em casos mais graves, sangramento na boca e nos intestinos (sangue nas fezes, por exemplo). A Leischamniose é uma doença que tem cura e o tratamento pode ser encontrado nas Unidades de Saúde sem qualquer custo.

Silene Manrique disse que a pessoa não precisa esperar todos os sintomas se manifestarem. “Mesmo que o usuário do SUS sinta apenas febre irregular por um período prolongado, digamos, por mais de uma semana, seja trabalhador rural, morador em áreas de assentamento ou Peri - urbana, deve procurar a Unidade de Saúde mais próxima de sua casa para verificar se não está com Leishmaniose Visceral”, recomendou.

O Ministério da Saúde elegeu como municípios prioritários onde foram encontradas pessoas com resultado positivo para o vetor e cães com a doença, 25 localidades: Alto Araguaia, Barão do Melgaço, Barra do Garças, Cáceres, Canabrava do Norte, Chapada dos Guimarães, Cuiabá, General Carneiro, Jaciara, Juscimeira, Luciara, Mirassol D’Oeste, Nossa Senhora do Livramento, Novo São Joaquim, Nobres, Nova Brasilândia, Peixoto de Azevedo, Poconé, Poxoréo, Primavera do Leste, Rondonópolis, Rosário Oeste, Santo Antonio do Leverger e Várzea Grande. Nesses municípios é feito o controle vetorial e inquérito canino (coleta de sangue nos cães).

Os sintomas que a doença apresenta nos cães aparecem na forma de emagrecimento, apatia, febre irregular, lesões na pele, conjuntivite, crescimento exagerado das unhas, descamação e feridas na pele, no focinho, nas orelhas, na cauda e nas patas. O município deve realizar Inquérito Canino, nos municípios prioritários da Leishmaniose, mês a mês, para verificar se existem animais com esses sintomas. Não há cura para o animal doente com a Leishmaniose.

Diante desses sinais a Vigilância em Saúde realiza pesquisa entomológica na captura de insetos para ver se possuem o vetor da doença. Uma medida de prevenção recomendada para que os flebótomos não infectem os cães é o uso de uma coleira embebida numa solução de Deltametrina a 4%.

“A prevenção para humanos consiste em medidas de proteção aumentadas como, por exemplo, a instalação de telas que impeçam a entrada dos insetos nas casas. A higiene adequada de quintais é recomendada e a atenção redobrada a manifestação de qualquer um dos sintomas indicadores da doença, principalmente a febre irregular ou intermitente, quando o usuário dever buscar o Posto de Saúde mais próximo de sua casa”, finalizou a técnica da Vigilância Ambiental.

fonte: 24HorasNews

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