O suplente Wagner Ramos (ex-PPS e hoje PR), que desde o início do ano ocupa o lugar do deputado João Malheiros, secretário-chefe da Casa Civil, tem duas opções para se efetivar na cadeira já na próxima semana. Ele tanto pode assumir a vacância com a cassação de Gilmar Fabris (DEM), que ingressou com embargo declaratório na esperança de se manter no cargo, ou com a nomeação de Humberto Bosaipo (DEM) para o Tribunal de Contas do Estado. Ocorre que Fabris e Bosaipo estão entre os 10 eleitos no ano passado pela coligação PPS/PFL. Wagner ficou na primeira suplência. Os eleitos pelo PPS foram para o PR, com exceção de Percival Muniz. O PFL se transformou em DEM.
Ele é de Tangará da Serra. Na eleição de 2002, Wagner teve 4.175 votos. A atuação como radialista o ajudou a ficar na quinta suplência pelo PPS e, num esquema de rodízios com os titulares, assumiu cadeira na Assembléia por alguns meses. No ano passado, ainda pela legenda socialista obteve 19.594 votos. Agora, graças à queda de Fabris e/ou a "promoção" de Bosaipo para conselheiro do TCE, Wagner Ramos ganha espaço de vez na AL.
Por enquanto, sua atuação é pífia. Usa a tribuna em quase todas as sessões para discutir temas variados. É cortês, se transformou num dos principais defensores do governo Blairo Maggi, a quem agradece por estar na Assembléia, mas não é de apresentar grandes projetos. Fica gravitando em torno do óbvio e briga por visibilidade. Recentemente, Wagner Ramos subiu a tribuna para reclamar do fato do cerimonial do Palácio Paiaguás não ter anunciado a sua presença num evento.
Até agora, para não se indispor com o titular da cadeira, Wagner mantém empregado no seu gabinete praticamente todos os assessores de Malheiros. Como vai ganhar a condição de titular, sente-se mais "poderoso". Dará um basta nessa situação. Faltam ao novo titular duas ações primordiais a quem legisla: fiscalizar o Poder Executivo e não só debater, mas também apresentar projetos que atendam a coletividade.
(Às 10h45) - Deputado garante possuir vários projetos
O deputado Wagner Ramos contesta, por meio de assessoria, a matéria acima, principalmente quando o considera um parlamentar com atuação pífia e sem projetos relevantes. Afirma que já apresentou diversas propostas. Destaca, por exemplo, o projeto que se transformou na Lei 8.750, instituindo a concessão das áreas marginais nas rodovias. A proposta recebeu apoio do Ministério do Meio Ambiente. Visa reflorestar e a urbanizar o entorno das MTs e BRs, além de motivar maior conscientização acerca da preservação do meio ambiente.
Wagner cita também o projeto, que recebeu aval da Comissão de Constituição e Justiça da Assembléia, criando a Fundação de Atendimento Assistencial e Profissionalizante do Presidiário, uma forma de contribuir para com a ressocialização e formação de mão-de-obra do reeducando. Outra proposta do deputado republicano autoriza a criação da Brigada de Vigilante do Fogo, a fim de mobilizar órgãos especializados na proteção de parques, reservas e florestas públicas do Estado. Há também um projeto de lei que institui o Conselho Estadual do Direito do Consumidor. A idéia é acolher representantes de órgãos do Estado, de empresas e de segmentos da sociedade para acompanhar tudo sobre o consumo, como preço de mercadoria e ICMS.
O deputado esclarece que, quando sobe à tribuna, busca explorar as deficiências do Estado e apresentar sugestões, além de discutir projetos e não só elogiar, mas também criticar o governo.
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