sábado, 22 de dezembro de 2007

Sindicato dos Médicos é contra indicação de Luis Soares para Secretaria de Saúde de Cuiabá

Folhas de pagamento atrasadas, omissão e truculência. Ao relembrar a gestão do ex-secretário Municipal de Saúde, Luis Antônio Vitório Soares, durante sua gestão na prefeitura entre 2001/2004, o Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed/MT) não consegue resumi-la de outra forma. Por isso, a entidade repudia a decisão do prefeito de Cuiabá, Wilson Santos, em escolher Luis Soares para a Secretaria Municipal de Saúde.

Quando secretário, Luis Soares deixou em atraso três folhas de pagamento e 13º salário dos profissionais da saúde. Foi durante a sua administração que ocorreu a morte de três pessoas no Hospital e Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá (HPSMC) devido a uma queda de energia e a inexistência de um gerador.

A tragédia ocorreu em dezembro de 2004. No entanto, a falta de estrutura física e elétrica já havia sido registrada no Relatório de Visita da Fiscalização Preventiva Integrada (FPI), entre os meses de setembro e novembro de 2004, realizado pelo Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura de Mato Grosso (CREA-MT), com a participação de demais conselhos do setor da saúde e do próprio Sindimed/MT. “Se a situação é caótica agora, é resultado da gestão do Luis Soares”, afirma Gustavo Moreira de Oliveira, presidente do Sindicato dos Odontologistas de Mato Grosso (Sinodonto/MT). “Ele não tem competência para gerir”, completa.

O diretor de assuntos jurídicos do Sindimed/MT, Luis Carlos Alvarenga, lembra que Luis Soares responde ainda por uma ação cível pública, requerida pelo Ministério Público Estadual de Mato Grosso (MPE), que trata de improbidade administrativa. O processo está na 3ª Vara Especializada de Fazenda Pública e também inclui o ex-secretário municipal de Saúde, Bento Porto, e o ex-prefeito Roberto França Auad.

O vice-presidente do Sindimed/MT, Edivaldo da Fonseca Lemos, destaca também a truculência ocorrida durante a gestão encabeçada por Luis Soares. Segundo ele, o então secretário perseguia os servidores públicos que se mostravam contrários às suas medidas. Por essa razão, há registro de um mandato de segurança na 1ª Vara Especializada de Fazenda Pública contra o ex-secretário.

Edivaldo Lemos relembra que houve, inclusive, registros do exercício ilegal da medicina em policlínicas, postos de saúde e pronto-socorro, quando acadêmicos exerciam a profissão médica sem o registro legal e, portanto, sem acompanhamento de docentes. “Tudo isso sob o consentimento da prefeitura”.

Ao reivindicar melhores condições de trabalho, os médicos paralisaram as atividades por 22 dias. Mesmo a greve sendo considerada legal pela Justiça, a prefeitura cortou os pontos neste período. Até hoje não houve o repasse desse dinheiro. Além disso, Luis Soares assumiu a dívida dos salários atrasados de dezembro de 1996, parcelou em 10 vezes, e pagou somente duas.

Dessa forma, o Sindimed/MT acredita na necessidade da nomeação de um gestor coerente, com autonomia e garanta transparência na gestão dos recursos públicos da saúde. “Só sabemos que o Luis Soares não é a melhor opção, como já foi registrado quando ele respondia pela Secretaria”, alerta o sindicalista.

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