sábado, 17 de novembro de 2007

Conselho vaticano defende limites a tratamentos 'inúteis' de saúde

  • Conselho Pontifício da Cultura desencorajou tratamentos invasivos e opressivos. Presidente do conselho citou João Paulo II, que rejeitou alguns tipos de tratamento.
Gianfranco Ravasi, presidente do Conselho Pontifício da Cultura, pediu aos médicos que limitem a aplicação de tratamentos muito invasivos e opressivos em doentes terminais, que acabam sendo inúteis, segundo o sacerdote. Em entrevista publicada na edição deste sábado (17) do jornal "Corriere della Sera", Ravasi citou o caso do papa João Paulo II, que rejeitou determinadas ações por acreditar que no fim da vida "é preciso evitar os tratamentos muito invasivos".
O presidente do conselho vaticano lembrou que a Igreja Católica condena a eutanásia e também é contra o uso de tratamentos para prolongar a vida. "Às vezes não se respeitam os limites que separam o tratamento necessário e o inútil", continuou, acrescentando que "é preciso defender a vida a todo custo, mas também se deve defender sua dignidade". Ravasi considerou que, em algumas ocasiões, "os médicos vão além dos tratamentos indispensáveis e submetem os pacientes a tratamentos opressivos que não obterão nenhum resultado".

João Paulo II

Os membros da Cúria romana sempre citaram como exemplo o caso do papa João Paulo II, que se opôs a tratamentos para prolongar a vida em contraposição à eutanásia. O presidente do Conselho Pontifício para a Saúde, o cardeal Javier Lozano Barragán, disse há algumas semanas que João Paulo II optou por permanecer no Vaticano quando os médicos disseram que ele não melhoraria após a internação.
As declarações de Barragán ocorreram poucos dias depois de a anestesista Lina Pavanelli, da Universidade de Ferrara, ter afirmado, em artigo publicado pela revista "Micromega", que João Paulo II "foi ajudado a morrer", o que, segundo ela, representou uma aplicação da eutanásia. Ravasi rejeitou também o possível uso terapêutico da maconha no tratamento para aliviar a dor, pois isso "pode favorecer uma maior difusão entre as pessoas saudáveis que tenham um leve problema físico".
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fonte: G1

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