segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Morre, aos 82 anos, o ex-deputado Barbour


Morreu nesta segunda (26), aos 82 anos, vítima de câncer, o ex-deputado por cinco mandatos Renê Barbour, um dos maiores pecuaristas do país. Ele estava hospitalizado em Cuiabá. O corpo chega às 7h para ser velado na Assembléia Legislativa, onde permanece até o meio-dia. Em seguida, segue para Barra do Bugres, onde o ex-parlamentar residia.

Barbour vinha enfrentando sérios problemas de saúde. Nos últimos três meses seu quadro clínico se agravou. Neste curto período esteve hospitalizado no Albert Einstein, em São Paulo, quatro vezes. Lutava contra câncer e já se submeteu à cirurgia até nos Estados Unidos. Barbour nem se locomovia mais, a não ser em cadeira-de-rodas, e falava com muita dificuldade. Duas enfermeiras o assistia 24 horas por dia.

Ele deixa esposa, três filhos, um patrimônio milionário e legado na política. Possuía várias fazendas, um rebanho de quase 300 mil cabeças de gado, e ainda a usina de biodisel da Barralcool, em Barra do Bugres, região que desbravou na década de 1960. Foi deputado por cinco vezes e chegou à presidência do Legislativa. Sempre atuou como governista. Foi líder na AL dos governos Fernando Corrêa, Dante de Oliveira, Rogério Salles e Blairo Maggi.

(Atualização às 6h50) - Renê era "filho da ditadura"

Renê Barbour foi um dos defensores da ditadura militar (64-85), tinha fama de coronel político, mas não entrava em conflitos. De fala mansa, tranquilo e extrovertido, ele atuou sempre com o Palácio Paiaguás. Evitava falar sobre o patrimônio. Temia assalto, principalmente após ter escapado de um, quando, minutos antes, foi comunicado por um dos que iriam se envolver na trama, Orlando Cardoso Chaves, o Orlandinho, hoje vereador por Barra do Bugres.

(Atualização às 7h05) - Trajetória começa em Jales

Barbour, que faleceu nesta segunda, começou na vida pública em Jales (SP), onde foi vereador na década de 50, aos 25 anos de idade. Depois, comprou fazenda em MT e, em 63, é eleito deputado estadual pela União Democrática Nacional (UDN). Se reelege e ocupa cadeira na AL até 70. Retorna em 95, já pelo PFL (hoje DEM). No ano seguinte vai para o PSDB, legenda pela qual conquista mais dois mandatos. Em 2003, migra para o PPS. Articulador, Renê Barbour foi líder do Executivo na Assembléia de quatro governadores: Fernando Corrêa da Costa (década de 70), Dante de Oliveira (1999/2002), Rogério Salles (2002) e Blairo Maggi (2003/2005).

(Atualização às 7h15) - Em 70, presidiu a Assembléia

O ex-deputado Renê Barbour sempre ressaltava em seus comentários e entrevistas que o governo militar tinha sido bom para MT. Citava avanços nas áreas de infra-estrutura, comunicação e energia elétrica. E foi com apoio da base do regime militar, por meio da Arena, que ele chegou à presidência da AL, em 1970. Foi um período de muitas reviravoltas. Seis dos 30 deputados da época foram cassados. Foram eles: Sebastião Cunha, Augusto Mário, João Chama, Américo Nassif, Wilson Loureiro e Luiz Tomaz Bertini, o Paraíba.

(Atualização às 7h40) - Morreu dormindo, diz filha

"Ele (Barbour) morreu tranquilo. Estava dormindo e o coração parou de funcionar", revela Juliana, uma das filhas do ex-deputado Renê Barbour. Ele faleceu às 4h desta segunda. Estava em seu apartamento, em Cuiabá. "Sinto muito. Não tenho cabeça para comentar nada agora. Só sei que ele foi um grande pai, um chefe de família, muito importante para todos nós", comenta Juliana. Barbour deixa a esposa Aparecida e os filhos Renê Júnior, Sara e Juliana.

(Atualização às 7h50) - Velório começa às 9h na AL

Houve atraso nos preparativos fúnebres e o corpo de Renê Barbour chegará à Assembléia às 9h. Vai ser velado até o meio-dia no saguão principal, no mesmo local onde centenas de pessoas foram dar o último adeus ao ex-governador Dante de Oliveira, em julho do ano passado. O corpo de Barbour será levado para Barra do Bugres, onde residia. Sua família informa que ele vinha pedindo que fosse enterrado no município.

fonte: RDNews



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